terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Eu DeMolay fui dedicado: 700 anos.


Em um lugar bem profundo e isolado dentro de mim mesmo, onde posso ouvir-me e contestar-me, onde posso confabular com todos os meus heróis, por hoje, escuto de voz rouca e cansada, porém clara e cheia de firmeza.
Era um homem velho e vestido de forma trapeada e ele se aproxima e diz firmemente: Sois? Penso comigo: Sou? O que sou? E Logo vem uma análise de tudo o que sou, todos os meus erros, minhas vontades, sonhos e virtudes. Então, coloco-me em xeque inúmeras vezes antes de responder, digo a ele: Não sei o que dizer, senhor. Ao ouvir e sentir o desespero de minhas palavras, ele se aproxima mais um pouco, coloca a mão sobre meu ombro e diz: Contarei a você uma história, que ocorreu há 700 anos, sobre um cavaleiro, na época das Cruzadas, que levou muito bravamente sua vida em defesa de seus ideais, das suas virtudes e pela vida de seus nobres companheiros.
Ele, naquela época, sem quase nenhuma instrução escolar e tão calejado pelo peso da responsabilidade de comandar um exército tão grande, tornou-se rígido demais em seus modos de agir; contudo, tornou-se fiel a seus votos, não importando o custo a ser pago.
Então, anos se passaram e tudo aquilo que ele defendia começou a ser ameaçado por aqueles mesmos avarentos que financiavam a causa, pelo simples fato de suspeitarem de acúmulo de riquezas e poder. Devido a esse fato, esse pobre cavaleiro que lutava por Cristo foi pego e encarcerado juntamente com alguns de seus companheiros. Anos se passaram e, com os anos, vários interrogatórios e torturas, a fim de que ele entregasse seus companheiros e supostas riquezas. Diante dessas acusações, esse pobre cavaleiro sempre se mantivera rígido e contestava que sempre esteve a serviço do rei e de Deus. Mesmo diante das suas justificativas, ele foi brutalmente julgado à morte pela fogueira por defender firmemente seus votos elevando ao máximo o significado da fidelidade.
Esse pobre cavaleiro deixou um legado de virtudes a serem seguidas. Durante séculos, vários homens vêm se dedicando e reafirmando seus ideais, aplicando e instruindo essas e outras virtudes a novas gerações.
Virtude, meu jovem, é o que move o universo à harmonia – disse o velho completando a sua história.

Agora, enquanto o senhor já está se afastando, consegui pensar e responder a primeira pergunta feita; e, já distante, ele se vira com um sorriso ao ouvir minhas palavras: “Fui dedicado na presença de Deus...”.

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